Tradução | Entrevista com Hiroyuki Kobayashi sobre Resident Evil 4 (Gamespy)

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Tradução de entrevista feita pelo site internacional Gamespy na Tokyo Game Show de 2004, onde Kobayashi fala mais sobre Resident Evil 4.

Gamespy: Obviamente, as pessoas vêm esperando há muito tempo por Resident Evil 4. O que podemos esperar de novo e diferente neste jogo, comparado aos anteriores?
Kobayashi: A maior diferença é que a câmera é colocada numa perspectiva de primeira pessoa. Quando estamos correndo, ela se afasta, mas se aproxima enquanto se está atirando. Em segundo lugar, agora você pode mirar onde quiser no inimigo. Nos anteriores, vocês só podia mirar em três lugares, mas agora você pode atirar onde quiser. Finalmente, a Umbrella Corporation está morta e enterrada, e NÃO HÁ ZUMBIS. Deixe-me repetir isso. NÃO HÁ ZUMBIS. Leon parece diferente neste jogo – como se tivesse crescido e amadurecido.

Gamespy: Em que aspectos ele mudou desde que o vimos pela última vez em Resident Evil 2?
Kobayashi: Bem, em RE2, ele era apenas um calouro. Não era completamente maduro. Seis anos depois, depois da Umbrella, depois de todos aqueles desastres, ele é agora um profissional, trabalhando numa agência secreta, cujas perícia é excelente. Com sua idade, vêm força e sabedoria.

Gamespy: Você pode nos contar um pouco sobre os personagens coadjuvantes, como Ashley e o homem de cabelos escuros?
Kobayashi: Ashley é a filha do presidente. Ela tem 20 anos e não é muito boa em defesa pessoal. Ela é mais como uma bagagem a mais para o Leon do que qualquer outra coisa. Tem uma necessidade constante de ser protegida. Por isso, Leon não tem que se preocupar só com sua vida, mas também com a dela!
O espanhol de cabelos escuros, Luis, vivia na cidade onde os acontecimentos estranhos ocorrem. Ele deixou a vila a trabalho, e, quando voltou, achou a vila daquele jeito.
Leon resgata Luis, mas ele mantém sua aparência enigmática. Se ele se torna amigo ou inimigo é incerto.
Quanto a outros personagens… Vamos apenas dizer que há MUITAS outras personagens interessantes. O prefeito da cidade, por exemplo, e algumas surpresas. Eu tenho certeza que os fãs da série ficarão felizes de ver que certos personagens voltaram.

Gamespy: Então, RE4 se passa na Espanha?
Kobayashi: Não, não especificamente na Espanha – apenas em algum lugar da Europa. Eles falam espanhol, mas estamos classificando o lugar como uma vila qualquer na Europa. Algo parecido com Raccoon City, que era algum lugar na América.

Gamespy: Os conceitos originais de Biohazard 4, mostrados no vídeo da E3 2003, foram cortados na coletiva de imprensa da Capcom no começo deste ano. Pode nos contar um pouco a respeito do que eles eram e o porquê dessas ideias terem sido cortadas?
Kobayashi: Na verdade, a versão que viram na E3 do ano passado era uma SEGUNDA versão de RE4. Na verdade, nós tivemos uma antes dessa! Começamos como prioridade, mas descartamos completamente também. Depois disso, teve uma terceira versão que nunca foi divulgada. Finalmente, depois de três tentativas, criamos o que RE4 é agora. A razão por que passamos por todas essas três versões é que o ideia toda de RE4 era reinventar o jogo. Queríamos dar algo novo aos jogadores. Nos anteriores, estávamos empacados naquela mesmice de sempre de RE. Tivemos que quebrar essas correntes que nos prendiam pra poder criar algo novo.
O primeiro roteiro que tínhamos era sobre destruir a sede da Umbrella na Europa. O segundo era de que Leon estaria contaminado com uma doença bizarra que o fazia ter ilusões de monstros que não existiam. Ele atiraria e os atacaria, mas ele não conseguia destruí-los. A terceira versão tinha zumbis. Simplesmente, não tinha graça. Então, dissemos: “NADA MAIS DE ZUMBIS!” e aí foi.

Gamespy: O 10º aniversário da série Biohazard está chegando. A Capcom tem planos para a ocasião?
Kobayashi: Adoraríamos fazer alguma coisa, mas, agora, não temos planos. No momento, o nosso foco é em RE4, e fazer dele o melhor game que pudermos.

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