Transcrição e tradução da coletiva online (via iJunket) com a atriz Milla Jovovich sobre o filme Resident Evil: O Hóspede Maldito.
DNA STUDIOS RESIDENT EVIL i-JUNKET – ENTREVISTA COM MILLA JOVOVICH
RESIDENT EVIL i-JUNKET, 04 DE MARÇO DE 2002
Q: Bem vindos à coletiva online de Resident Evil. Estamos aqui com a atriz Milla Jovovich, sintam-se à vontade para enviar perguntas agora.
MJ: Bom, um, meu irmãozinho acha que sou uma deusa agora, e esse foi o grande incentivo que eu precisava. Um, mas ele – ele vinha me visitar no verão e nós ficávamos literalmente jogando Resident Evil umas quatro ou cinco horas por dia e eu era tipo a garota mais legal do mundo. Ou seja, não tem coisa melhor do que isso. Então, tipo, eu tive que fazer esse filme. Sou a única atriz em Hollywood que pode fazer esse filme. E foi o que eu disse para o diretor e peguei o papel.
Q: Fácil assim?
MJ: Não, eu tive que ligar de volta umas três vezes e isso não foi nada fácil, mas foi bem fácil. Quero dizer, acho que ele não tinha escolha, na verdade.
Q: [RISOS] Qual foi o aspecto mais fascinante de interpretar a Alice?
MJ: Bem, tirando o fato de que eu tinha que fazer as cenas dos dublês e ainda parecer bem radical, forte e sexy, um, foi interessante interpretar uma personagem que acorda sem memórias de quem ela é ou onde ela está e meio que acabar presa naquele negócio subterrâneo, um, e ela recupera a memória, ela percebe isso, sabe, ela tem alguns talentos que ela não sabia, como aquelas coisas de chutar na cabeça e matar e, uh, ela acaba tomando a liderança do grupo inteiro e tendo que guiá-los para fora disso – desta horrenda situação.
Q: A comunidade online de Resident Evil, fãs do game e do filme, eles foram de muita ajuda na criação do filme?
MJ: Fizemos esse filme primeiramente para os fãs do game. Eu sou uma grande fã do game. Todos os atores envolvidos são grandes fãs do game, e o diretor é viciado nesse game, e era o sonho dele fazer esse Resident Evil, O Filme, o que é bem diferente. Você não ouve isso todo dia, diretores querendo fazer filmes de jogos de videogame. Então, essa era definitivamente um projeto dos sonhos e todos os envolvidos simplesmente queriam fazer o mais fiel ao game possível, o mais assustador possível, e ter certeza de que todos que forem assistir ao filme sairão com a sensação de que viram um filme realmente radical e violento.
Q: Já tem os boatos a respeito de uma sequência. O que você já sabe sobre isso e como surgiu?
MJ: Bem, ouça, temos a melhor história para uma sequência, mas temos que ver como o filme vai ser antes de alguém nos dar o dinheiro para fazermos a sequência, mas vou dar uma dica. Imaginem GTA somente em Raccoon City e, é claro, com pessoas de verdade, temos que atirar em zumbis, e temos que fugir da cidade. E isso é só um elemento do – do próximo filme.
Q: Como foi trabalhar com Michelle Rodriguez e Paul Anderson?
MJ: Bem, a Michelle, eu diria, acha que eu sou uma doida varrida. E eu também acho que ela é maluca. Mas ela era [RISOS] muito divertida para trabalhar, porque, pra mim, sabe, eu sou uma garota de verdade. Eu gosto de manusear armas, gosto de passar batom, sabe, e a Michelle é mais do tipo de manusear armas. Ela não gosta de usar batom, então, eu sempre assustava ela, sabe, e toda hora que ela ficava me enchendo, eu pegava o batom e era, tipo, vou sujar você. E ela falava, “Cara, sai de perto de mim. Sai de perto.” E eu ficava, tipo, oh sim, vem, vem. Vem, Michelle. Me beije. Então, era muito fácil enlouquecê-la.
O Paul é ótimo, repito, acho que ele é a pessoa perfeita para fazer um filme como esse, porque ele é tão apaixonado por videogames e ama muito jogar videogame. Me senti muito sortuda por ser ele o diretor desse filme, porque eu sabia que ele faria de tudo para que esse filme fosse tudo o que todos os fãs queriam de um filme de Resident Evil.
Q: Você ficou assustada com a aparência dos zumbis, já que pareciam extremamente realistas?
MJ: Sabe, os zumbis, eu tenho que admitir, eram bem nojentos no set, mesmo sabendo que era só maquiagem. Estavam tão sujos. Não queríamos chegar muito perto deles. Sabe, eles tinham um troço gelado escorrendo pelas bochechas e tal, e carne saindo pra fora, e era bem nojento. Digo, eles eram pessoas legais, sabe, e eles trabalharam pesado, mas a gente só não queria chegar muito perto deles.
Q: Você está começando a ficar conhecida como uma heroína da ação. Você preferiria fazer papéis mais românticos e glamorosos, já que você também é modelo?
MJ: [RISOS] Bem, eu adoraria fazer uma comédia romântica, porque nunca fiz uma antes, e sabe, eu sempre levei isso muito a sério, porque eu vivia sempre tentando provar que eu sou uma atriz mesmo. Não sou só uma modelo, sabe? E finalmente eu disse, sabe, eu não preciso provar nada a ninguém. Sei que sou uma boa atriz, sabe, e já trabalhei pra caramba fazendo filmes para me sentir confortável comigo mesma. Então, agora eu gostaria de fazer uma comédia romântica. Por que não? Nunca fiz uma antes. Ninguém nunca me viu fazendo isso antes e eu acho que, depois de Resident Evil, isso seria como um perfeito passo seguinte.
Q: Você gostaria de contracenar com alguém em particular?
MJ: Sabe, tem tantos bons atores por aí. Não sei. Não sei. [RISOS]
Q: Não vem ninguém a mente.
MJ: Não vem ninguém na minha cabeça. Quero dizer, há muitos que vêm a minha cabeça, mas, tipo, não vou começar a listar todos os atores de Hollywood, mas tem muitos grandes talentos lá, especialmente atrizes. Digo, eu adoraria fazer um filme com a Cate Blanchett. Acho ela super legal e uma ótima atriz, sabe, e acho que Kate Hudson é muito meiga e maravilhosa, mas não no estilo dos fãs de Resident Evil. Sou mais pro lado das atrizes de hoje do que dos atores, então, não consigo pensar em atores com quem gostaria de trabalhar.
Q: Qual é o seu Resident Evil favorito, e você tem um personagem preferido?
MJ: O três. Bem, o Nemesis. Quero dizer, o Nemesis é demais, e no filme de Resident Evil foi, tipo que nos inspirou, porque fomos reescrevendo o script conforme íamos adiante e, tipo, esse novo final surgiu na nossa mente de explicar de onde o Nemesis veio e, uh, mesmo o Nemesis não estando no filme, esperamos que vocês gostem bastante do filme, para que possamos fazer o próximo, onde ele será a grande estrela. Mas, um, assistam esse filme, vocês vão entender como o Nemesis nasceu.
Q: Você tem medo de ser rotulada de Lara Croft ou vista como um personagem tipo Lara Croft agora?
MJ: Nem um pouco, porque entre Tomb Raider e Resident Evil, eles estão em pontas diferentes, sabe? Tomb Raider é muito mais comercial, é mais para o público mais infanto-juvenil. É mais o tipo de Disneylândia da ação, sabe, o tipo de filmes assim, ou jogos de ação. Resident Evil é meio que cult clássico. Digo, é obscuro, radical. Não se pode compará-la com Lara Croft, porque ela é – ela é muito mais maluca e – e muito mais violenta [RISOS] – ela é muito mais sanguinária. Não tem comparação. Eh, não vai ser o mesmo tipo de público, acho, que o de Tomb Raider, que irá ver esse filme, tenho certeza.
Q: Você pode nos contar a respeito das alusões no filme a Alice no País das Maravilhas?
MJ: Sim, sabe, Alice no País das Maravilhas, quando ela entra no buraco do coelho, ela fica maravilhada – não vou citar igualzinho, mas o espírito do que ela diz é, “Não sei quem eu sou e se a pessoa que eu sou eu não gosto, não quero voltar.” E isso foi de inspiração para nós, porque eu me sentia como Alice, minha personagem, senti exatamente do mesmo jeito, porque ela não sabe quem ela é no começo, e conforme ela lembra partes e pedaços, ela pode ser a vilã, e ela sabe que talvez possa ter causado esse acidente, que pode ser a responsável pelas mortes de tanta gente, sabe, ela preferiria morrer ali do que voltar e encarar a ela mesma.
[…]
Q: Além do treinamento físico necessário, como você se preparou para o papel, em termos de desenvolvimento do personagem?
MJ: Sabe, cada papel que eu pego, quero ter certeza de que é uma pessoa de verdade. Quero fazer de tudo para que, desde que estou interpretando o papel, seja o mais real possível. Uma coisa boa da minha vida agora e muito de onde eu cheguei na minha carreira é que eu fiz filmes o bastante em que eu sei onde estou pisando. Assim que eu digo uma frase e não fica boa, eu sei imediatamente que não está certo, então, em muitos aspectos, isso é muito bom, porque eu sei exatamente quando preciso fazer algo de novo, e eu sei exatamente como se sente em ser honesto, portanto, um, cada papel que eu pego, é – é um longo processo de imaginar como essa pessoa ri, como essa pessoa anda. Sabe, o passado, de onde ela veio. Quero dizer, tem muita coisa para dizer sobre o que aconteceu no dia anterior, o que vai acontecer no dia seguinte, o que tinha em sua vida, se o acidente aconteceu quando ela estava indo pra lá, o que ela estava fazendo durante todo o ano. Tudo vai dentro do personagem. Tipo, há muito o que pensar e se trabalhar. Pelo menos para mim, para fazer um personagem com realismo, e eu adoro essa parte do trabalho, porque é a mais divertida, é preciso usar a imaginação e e criar coisas realmente legais para você no personagem.
Q: Os cachorros eram virtuais ou eles estavam só virtualmente na sua frente?
MJ: Sim. O cachorro que eu chutei era virtual, mas todos os outros eram de verdade.
Q: Era um boneco, não era?
MJ: Sim, o que eu chutei era um boneco, quero dizer, tinha tipo uma corda com uma bola de tênis pendurada, e toda hora eu tinha que correr pela parede e tinha que chutar a bola de tênis, e era muito legal, porque, sabe, é muito bacana chutar algo e acertar direitinho. É o mesmo de enfiar uma bola na cesta, atirar em algo com uma arma e acertar. Adoro essa sensação, e isso era muito divertido, então começamos com a de tênis e depois colocaram o cachorro de plástico e eu tinha que chutar a cabeça do cachorro de plástico, o que era bem legal. Mas os outros cachorros eram totalmente reais, e muito treinados. Eram cães policiais. Não são cães dublês, então, você sabe que eles podem deixar os cães soltos e só me dizer para correr bem rápido. E, sabe, foi essa a motivação que eu precisava para fazer essas cenas.
Q: [RISOS] Acho que sim. [RISOS] Você concorda que Michelle Rodriguez faça o papel que corresponde ao clássico papel masculino, enquanto Alice faz o filme com um vestidinho sexy, e fica, a maioria do tempo, passiva?
MJ: Bem, acho que você não viu o filme, porque a Alice não é de jeito nenhum passiva, e definitivamente ela veste um vestido curto e de certo modo ela é o estereótipo de garota sexy num filme de ação, mas, sabe, acho que isso é também um ponto do game. Quero dizer, olha para Jill Valentine. Ela veste uma minissaia e um top, sabe? Não encontramos uma razão lógica para que eu usasse uma minissaia e um top, então, imaginamos esse vestido de noite, que fica mais curto e mais curto conforme o filme segue, mas acho que o fato de ter Michelle no filme fazendo um papel que era meio que o oposto da minha personagem, mostra que queríamos os dois estereótipos no filme, e acho que nós duas arrasamos e esse negócio de estereótipo desapareceu e nos tornamos pessoas de verdade. Acho que muita gente ficaria decepcionada se eu e a Michelle nos vestíssemos iguais no filme. Acho que isso acrescentou algo ao filme, e eu lamentaria se tivéssemos deixado passar. E tenho certeza de que vocês, depois de verem esse filme, ficarão muito felizes com minhas escolhas.
Q: [RISOS] Antigamente, a maioria dos heróis eram homens. Você acha que isso está mudando, que eles vão ser substituídos pelas heroínas, uh, ou você acha que isso é só moda?
MJ: Não acho que seja só uma moda. Acho que as mulheres estão cada vez mais se tornando mais e mais fortes, especialmente da forma como são representadas nos filmes e na mídia. Sabe, o papel do herói masculino já está tão batido. Tipo, cada aspecto disso já foi visto, então, a heroína é o tipo de território que está sendo, como posso dizer, mais penetrado. Acho que isso é bem excitante, porque mais e mais vezes você vê garotas nas telas chutando traseiros. Digo, videogames são completamente centrados em garotas gostosas com armas, então eu acho que muito sentido começar a fazer mais filmes onde mulheres estão no controle, onde mulheres são gostosas, são fortes, espertas e elegantes. Quero dizer, acho que todas as mulheres do mundo são capazes de encarar algo assim.
Q: Ou seja, você gostaria de fazer mais filmes como este?
MJ: Claro! Eu quero fazer Resident Evil 2 mais do que qualquer coisa. Adoro filmes de ação, porque já fiz muitos papéis sérios e para mim seria interessante poder me divertir, fazer um filme de ação, correr, ser sexy, sabe? Só para se divertir em vez de ficar sempre tenso, sempre sendo um personagem. Quero dizer, tem muito mais impacto na sua personalidade e nas suas emoções ter que trabalhar em um filme por quatro meses ou, digamos, Joana D’Arc, que eu fiz, O Mensageiro, por nove meses. Ou seja, fiquei exausta depois desse filme, porque não tinha só a parte da ação, mas também a emoção dela. Tipo, todo dia era um inferno, porque tinha que ficar horas e horas sempre nesse estado. É difícil ir para casa e dormir. Digo, você fica acordado a noite toda, pensando sobre várias coisas e tal, e foi muito legal para mim fazer isso, porque, tudo bem, foi difícil, foi cansativo fisicamente, mas ao mesmo tempo, emocionalmente, eu tinha que ter um descanso. Então, gosto de fazer filmes assim. Gostaria de fazer mais. Gostaria de fazer a Alice de – não a Alice de Resident Evil, deste filme, mas Alice em jogo para PC, onde Alice no País das Maravilhas, 15 anos depois, tinha que voltar para o País das Maravilhas, que se tornou obscuro, com uma faca de cozinha e – e salvar e matar e tal.
Q: Todos os atores e as atrizes dizem que aprendem muito fazendo filmes. O que você aprendeu em Resident Evil?
MJ: Bem, acho que cada filme que eu faço, cada personagem é diferente, então, Alice foi muito diferente de qualquer outro personagem que eu já tenha feito antes, então, foi interessante para mim fazer alguém que é muito mais controlada, que tudo é muito interno. Sabe, ela não surta, ela não – ela não é uma mulher histérica, de jeito nenhum. Quero dizer, ela está sob controle, e é muito forte neste sentido, portanto, é diferente de qualquer outra, se vocês virem meus outros filmes, saberão que Alice é muito diferente de tudo o que já fiz antes, então, neste caso, eu tento fazer os filmes e me preocupo – em escolher personagens que são muito diferentes dos que já fiz no passado, então, cada filme é uma experiência de aprendizado, e todo filme é um desafio, porque eu nunca fiz isso antes. Não fiz isso ainda, é mais ou menos isso. Além do fato de que eu realmente melhorei no manuseamento de armas e eu ainda vou no estande de tiros toda semana para ver se não estou enferrujada.
Q: [RISOS] Você estava convencida de que este filme não seria só mais uma adaptação, mas um filme bem-sucedido de ação?
MJ: Bem-sucedido? Bate na madeira, porque eu realmente gostaria de fazer a parte dois, mas só de saber dos outros atores envolvidos, sabendo o que eu amo o game, sabendo o quando o Paul ama o game, eu sabia que esse filme seria diferente dos típicos filmes de videogame, porque tem um grupo de pessoas que realmente ama o game e que estão fazendo isso muito para os fãs, o que eu acredito que muitos filmes de games as pessoas fazem pelo dinheiro. Certo, vamos ser honestos. Não é o sonho de um diretor fazer um filme de videogame. E temos o Paul Anderson, cujo sonho era fazer um filme do game, e essa é uma situação bem interessante, porque você pega alguém que é tão apaixonantemente envolvido com este game quanto algumas pessoas são ao contar a história de suas vidas ou, sabe, do que os machucava quando eram crianças ou, tipo, quaisquer abusos que sofreram. Então temos esses tipos de arte de filmes honestos sobre traumas internos de pessoas, e temos Paul Anderson que, sabe, faz Resident Evil e ama isso quanto mais ele se aprofunda nele, então eu meio que sabia que isso seria muito especial. Tomara que seja bem-sucedido também, mas agora está por conta de outras pessoas. Se fosse por mim, seria um estouro.
Q: [RISOS] Essa tem a ver com o que discutimos anteriormente. Quais foram os aspectos mais fascinantes do papel de Alice?
MJ: Bem, o vestidinho molhado, eu diria, é um grande e fascinante elemento. Sabe, foi provavelmente o elemento mais fascinante pra mim, porque, como eu disse, sabe, eu nunca vesti um vestidinho molhado nas telas antes e tive que chutar e lutar e fugir de coisas e ainda parecer bonita, então eu só queria fazer o típico papel de heroína em um filme de ação. Mas novamente, é meio que, esse papel não é típico. Tipo, eu sou muito sutil quando falo dessas coisas e sou um pouco cínica quando falo sobre – quando falo sobre filmes de ação, porque, sabe, você tem a garota e ela é muito sexy, mas, ao mesmo tempo, também tem lugar para isso, e especialmente, se isso não é uma coisa que você faz em todos os filmes e se não é esta a sua imagem o tempo todo, tudo bem em fazer uma coisa que pode ser considerada fórmula para muita gente. Mas sabe, eu sou muito masculina em muitos aspectos. Eu trato muitos homens como eles tratam as mulheres, então acho que, neste sentido, não tenho medo total de fazer essas cenas. Um pouco de violência gratuita e um pouco do corpo aparecendo, sim, de vez em quando não tem problema, então, de vez em quando eu gosto de ver filmes com homens fazendo cenas assim, e mulheres também.
Q: Como você vê a posição das atrizes de ação em Hollywood?
MJ: Sabe, eles não são, não são obviamente tão bem-sucedidas quanto, sabe, Arnold Schwarzenegger, mas acho que ainda há mais por vir. Acho que mulheres se tornando mais e mais fortes e esse tipo de demanda de grandes atrizes de ação está crescendo muito, e tenho certeza que nos próximos cinco anos, vamos ver muitas atrizes de ação muito bem pagas.
Q: O que faz este filme ser diferente de outros filmes de zumbis?
MJ: Eu diria que tudo. [RISOS] Primeiro de tudo, não há outros filmes de zumbis inspirados em Resident Evil, o game. Segundo, não fazem um filme de zumbis há 20 anos. Três, este é um thriller de ação. Quero dizer, os zumbis são parte disso, mas você não vai ver este filme só por causa dos zumbis. Tipo, você não vai ser este filme só por causa dos Dobermans, também. Você não vai ver este filme só por causa da mini-saia. Você não vai assistir este filme só para ver mulheres chutando traseiros e ver homens tipo, oh, pato, olha lá, ali. Você não vai ver este filme porque você quer ver uma reversão inteligente de papel. Então, é isso, definitivamente, e tem algumas situações nele que são tão legais e tão diferentes e realmente interessantes. Quero dizer, tem esta cena perto do fim em que nosso grupo está trancado em um laboratório inundado e temos que fugir, porque nosso tempo está se esgotando, mas o computador não nos deixa ir, e ela diz que temos que matar um de nosso grupo, mas tanto matar um do nosso time e fugir e todos morrerem lá, e a escolha que temos que fazer é muito insana. Então temos estas reviravoltas legais no roteiro que separam este não só de outros filmes de zumbis, mas de outros filmes de ação de games em geral.
Q: Desde a primeira imagem sua no filme que apareceu, todos vem se perguntando o mesmo. Por que o vestido vermelho?
MJ: Porque não pensamos em uma razão lógica para me fazer usar um top e uma minisaia. Quando você vê o filme e o vestido vermelho, faz sentido, porque ela não sabia o que ia acontecer, sabe, ela ia jantar com seu namorado, sabe, um jantar bem romântico, então o vestido estava separado, enquanto ela tomava um banho, e durante o tempo em que toma banho é quando ela desmaia e se esquece de tudo, então, quando ela sai do banho, é a primeira coisa que ela vê, então ela veste só por vestir, e é hora de mudar, tudo começa e ela acaba ficando com o vestidinho.
Q: [RISOS] Que cena você mais gosta? Qual foi a sua favorita de fazer?
MJ: Bem, acho que a cena do cachorro foi minha cena favorita, porque muito do meu treinamento foi feito para a cenas dos cachorros. Então foi muito divertido poder colocar em prática tudo o que vínhamos trabalhando nos últimos meses. Acho que tirando a cena do cachorro, que é bem legal e uma grande cena do filme, a cena de que venho falando sobre o final no laboratório inundado, acho, é tão interessante e o jeito que foi montada é muito legal, cara, foi tão difícil fazê-la. Estava muito frio. Não podiam usar água quente, porque abafaria os vidros, então estávamos congelando e ficamos doentes, e definitivamente sofremos muito ao fazer esta cena, então agora é muito legal assisti-la, porque parece incrivelmente real. Ficamos bem sofridos na cena, e se você gosta de ver isso, vai gostar da cena.
Q: Se você gosta de ver as pessoas sofrendo…
MJ: Sim, sofrimento adora companhia.
Q: Ela exige isso. [RISOS] No filme, parece ter uma grande harmonia entre você e Michelle Rodriguez. Foi assim no set também?
MJ: Contanto que eu não estivesse tentando enfiar maquiagem nela ou tentando tirá-la do sério de vez em quando, sim. Não, isso não é verdade. Durante a cena do laboratório inundado, a Michelle se divertia em atirar água em todo mundo, e já estávamos congelando o bastante, mas ela tinha que fazer isso com um tipo de seringa plástica que estava flutuando por lá, porque era um laboratório. E ela começou pegando a seringa e depois molhando a gente, e sabe, era como tortura chinesa. Era o bastante para te deixar irritado, e ainda mais depois de ter ficado, sabe, quinze horas e meia neste laboratório inundado, a última coisa que você precisa é Michelle Rodriguez atirando água no seu rosto com uma seringa, então fiquei muito irritada com ela e realmente causamos um grande estrago no set, porque começamos a jogar água uns nos outros e eu fiquei toda descabelada, e o Paul ficou muito bravo, tipo, pelo amor de Deus, sejam profissionais. E se você conhece, ele é tipo, primeiro de tudo, inglês, muito sério. Quando ele fica bravo, é tipo, estou incrivelmente bravo agora. E este é ele quando muito bravo, então para ele vir e gritar, foi muito insano mesmo. Todo mundo simplesmente ficou, [ENGOLE SECO].
Q: Então tá, então tá. [RISOS] Estamos na nossa hora. Milla, muito obrigado.
MJ: Obrigada, pessoal, curtam o filme.
Q: Obrigado a todos que participaram. Assistam Resident Evil, que estreia no dia 15 de Março.