Resident Evil Vendetta é o terceiro filme de animação da franquia Resident Evil, e assim como os demais, tem uma história que, a princípio, deve ter começo, meio e fim. Assim o é, ou quase, com mais este filme, que tem como produtor executivo Takashi Shimizu, responsável pelos filmes da série O Grito, além de outros filmes de terror em seu currículo.
Neste filme, temos como protagonistas Chris Redfield, membro da filial americana da organização B.S.A.A., Leon Scott Kennedy, agente do governo americano especializado em eventos bioterroristas, e o retorno de Rebecca Chambers, professora universitária e cientista. Os três estão atrás de Glenn Arias, um traficante de armas biológicas que perdeu a família no dia de seu casamento por um bombardeio do governo americano e agora quer vingança, causando um atentado bioterrorista em Nova York.
Leon costumava ser o protagonista dos filmes de animação, e agora o temos passando pela mesma crise pela qual Chris Redfield passa em 2013, quando perde soldados de sua equipe durante uma guerra civil na Edonia, e passa a viver bêbado e com rancor pelas ruas e bares da cidade. Agora é a vez de Leon questionar a sua existência e o seu destino. Seu background, aliás, é o de um homem traído por agentes da própria unidade, a DSO, durante uma operação anti-bioterrorista do governo, e que agora se pergunta se é esta a vida que ele quer continuar tendo, a de lutar contra hordas de mortos vivos e ver colegas morrendo.
Chris Redfield faz o papel de herói modesto. Durante o filme, ele é questionado sobre como lidar com os zumbis, e ele diz que não é nenhum herói, e que o que ele faz não pode ser considerado um heroísmo. Na visão de Chris, as armas biológicas podem transformar negativamente as vidas das pessoas ao nosso redor, e que em algum momento só nos restará tomar a decisão de matá-las ou de morrer. Ainda assim, depois de todo o seu histórico na série Resident Evil, temos Chris como o personagem mais lúcido do filme, e que coloca um Leon perdido nos eixos.
E, por último, mas não menos importante, temos o retorno de Rebecca Chambers, ex-membro dos S.T.A.R.S. e que hoje é uma cientista em uma universidade de Chicago. Com uma nova ameaça à tona, Rebecca é a responsável por conseguir criar uma cura para a infecção. Ela é a peça-chave também para as atitudes de Glenn Arias durante a trama.
Em termos de trama, ele se liga muito bem nas histórias passadas, além de criar uma nova ameaça, o A-Virus, ou vírus “Animality”, que possui nucleotídeos semelhantes às Las Plagas dos Los Illuminados, evento que levou Leon a ser obrigado a ir salvar a filha do presidente americano da época, Ashley Graham, em um local remoto na Espanha. O único problema que se sente neste filme é que muita coisa foi cortada e eles resolveram correr com a trama, onde algumas partes parecem ter ficado mal explicadas, como um possível encontro posterior entre Leon e Rebecca e sobre a operação em que Leon participou no passado, e que o levou a ficar deprimido e cheio de arrependimentos por fazer parte desta guerra contra armas biológicas.
Graficamente, o filme está impecável, com uma belíssima animação, e os modelos dos personagens estão bem condizentes com o que eles sempre foram. Apesar de Chris não se parecer em nada com o atual modelo dele em Resident Evil 7, ele traz traços de um Chris mais velho e também mais experiente (e mais lúcido de sua missão) de Resident Evil 6, enquanto Rebecca também continua com os mesmos traços do passado, mas com um ar mais senhorio, devido ao passar do tempo. Leon, no entanto, é o único que parece ter parado de envelhecer, e a sua cara continua sempre a mesma. Será que os produtores têm algum medo de envelhecer Leon e fazer a molecada se sentir desmotivada a se inspirar nele?
O ritmo do filme é muito bom. Ele tem ação do início ao fim, um prato cheio para quem curte mais ação do que terror, sendo esta a preferência do produtor Hiroyuki Kobayashi. Para as cenas de terror, Takashi Shimizu mandou muito bem nas hordas de zumbis, mas a ação desenfreada e a experiência imensa dos protagonistas tira um pouco da sensação de desespero que uma multidão de zumbis poderia causar em qualquer um. É nítido que os filmes seguem por essa vertente de ação, que não é exclusividade dos live-actions de Paul Anderson. Obviamente, as cenas de ação são melhores do que as dos live-actions, especialmente por serem com personagens mais queridos para nós, fãs, mas que podiam pegar mais leve, isto podiam. Afinal, que reflexos tem Chris e Leon!
Ainda assim, por se tratar de um filme canônico, cujos acontecimentos se passam dentro da linha temporal oficial da série, vale muito a pena assisti-lo, especialmente por trazer dois protagonistas tão queridos e pelo retorno de Rebecca Chambers à franquia, mesmo que como a donzela em perigo. Gostaria de tê-la visto lutando mais ao lado dos protagonistas, não necessariamente com uma arma, mas agindo em paralelo para salvar Nova York da ameaça do vilão. Ainda assim, seu retorno para a série sempre vale a pena, até como forma de encaixá-la em futuros jogos da franquia, como os spin-offs Revelations.
E se você espera ver alguma luz sobre Resident Evil 7 e algo que possa dar pistas sobre o que virá a ser a DLC “Not A Hero”, pode ir tirando o cavalinho da chuva. Apesar de deixar gancho para sequência, o que nem deveria, já que todos os filmes podem ser bem fechadinhos que não tem problema, ele não fala absolutamente nada e nem tem qualquer ligação com Resident Evil 7 e sua trama.
Gostei da crítica.
O problema maior é ver gente dessa nova geração que quer que esse filme seja uma obra de arte suprema do cinema.Poxa!Tem-se ai seis filmes em Live action para quem quiser.Reclamar de um produto que é bem próximo aos jogos e ainda tendo os personagens que gostamos, é querer forçar a barra para uma produção com limitações.
Na boa! O filme é bom e pronto…os defeitos deixo para lá.Nada é perfeito mesmo! Quem quiser ver coisa melhor vai ver Alice fodona e que praticamente mata todo muito tão escrotamente do que um Leon numa moto.
Parabéns pelo novo site!
Nossa amei o Site. Parabéns Moni. Ahh ótima crítica.
Os filmes em CG sempre foram melhores que os estrelados pela Milla (embora eu curta esses tb). Já esperava que vinha coisa boa por aí. Agora é esperar o lançamento em julho pra poder assistir.
eu amei o filme muito bom tem sim seus erros mais foi demais pelo retorno da rebecca na saga e por ver leon e chris como dupla pela primeira vez na saga já que no 6 eles apenas interagiram foi épico de ver.
E é difícil descrever com as palavras certas o como esses japinhas da Capcom NÃO SABEM o que estão fazendo. Mas tem uma palavra que vem direto na mente do início ao fim do filme: Clichê. É absurdamente clichê! Considero esse filme mais uma ofensa que a Capcom faz com dois dos personagens mais queridos da saga, Chris e Leon. Eles não precisavam estar ali. Chega a ser irônico como as falas e as atitudes de Leon durante o filme retratam com exatidão o quanto ele foi mal tratado, do ponto de vista de suas inúmeras desventuras na saga e do ponto de vista do personagem em si. Isso vale para o Chris também, que também já esteve de saco cheio em RE6. É um caso grave o dos dois: É um saturamento que provém de toda uma ideologia errada da Capcom em elaborar seus personagens. Com a profundidade emocional de um zumbi.
Colocar os dois maiores personagens masculinos da saga em maaaaaaais uma história clichê envolvendo um vilão espalhando vírus por motivações pra lá de fúteis (ora, até mesmo a maldade precisa de uma motivação crível, de uma motivação que não seja tão infantil e doentia) é, repito, uma ofensa a dois personagens que nunca foram retratados como humanos antes e que precisam urgentemente serem resgatados como homens que são, ainda que esse resgate dos personagens pareça não ter mais tempo depois de tanta aventura sem sentido.
Como diz Leon no fim: ”Chris, até quando vamos ficar nessa?”. É uma frase triste, carregada de significado por trás. Mas um dos significados que eu daria, a Capcom não admite: De que ela própria não teve competência pra conduzir a saga gigantesca que está em suas mãos. Se a Capcom admitisse isso, não veríamos todos os seus produtos perdidos, carentes de personalidade, carentes de uma narrativa adulta, carentes de um estilo que agrade a todos.
Não, RE7 não foi uma unanimidade e não considero o game digno de levar o nome da saga Resident Evil, embora seja um excelente produto. Os filmes em Live-Action nunca agradaram os verdadeiros fãs da saga (só agradava mesmo os modinhas que nunca jogam Resident Evil). E seu terceiro pilar, os filmes em CG, sempre tiveram aquela aura em torno deles de que poderiam determinar o futuro dos games com seus elementos presentes. Nunca foi assim, infelizmente. Vendetta vem pra provar definitivamente que os filmes em CG não carregam consigo nenhuma vontade da Capcom em usá-los como provedor de ideias e conceitos de ação e roteiro para os games. Veio pra provar, definitivamente, que Resident Evil COMO UM TODO está nas mãos das pessoas erradas e que parecem não ter nenhum tipo de amor pelo que fazem, muito menos amor pela franquia que nasceu na Capcom.
Te falta visão crítica das coisas. Tenho a sensação de que você é daqueles que adoraram até aquele jogo que não merece ser chamado de RE, o RE7.
Único filme em animação do Resident Evil que cheguei a gostar.
A aparência de Chris em RE7 é um INSULTO a inteligência dos fãs. Descaraterizaram completamente o personagem e nem deveria ser reutilizado nunca mais aquele absurdo de aparência.
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