Tradução | Jun Takeuchi fala sobre acusações de racismo em Resident Evil 5 (Kotaku)

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Chris Redfield (Resident Evil 5)

Tradução de matéria do site Kotaku, de 2008, sobre as acusações de racismo em Resident Evil 5 e a resposta do produtor Jun Takeuchi a respeito do assunto.

Quando a Capcom inicialmente mostrou Resident Evil 5 na E3 2007, houve um senso coletivo de que o que acabávamos de ter visto iria causar confusão, já que um cara branco grande e musculoso havia acabado de atirar em uma multidão feroz de africanos. Com certeza, a Capcom do Japão recebeu inúmeras críticas daqueles de dentro e de fora da imprensa especializada em games. O primeiro a expressar uma reclamação notável foi o blog Black Looks, escrevendo que RE5 era “problemático em muitos níveis, incluindo o rebaixamento de pessoas negras a selvagens inumanos”.

O editor geral de tecnologia da Newsweek, N’Gai Croal, criou mais tarde uma avaliação similar, mas mais contida, dizendo que muito do que foi mostrado no trailer inicial “levava à clássica imagem racista”, deixando-o com a impressão de que “claramente nenhum negro trabalhava no game”.

Estávamos curiosos, à luz dos novos conteúdos que parecem mostrar uma gama de inimigos mais racialmente diversa e uma nova parceira para Chris Redfield, em saber se a equipe se sentiu mal com essas críticas e alterou algumas decisões de design.

O produtor de Resident Evil 5, Jun Takeuchi, nos disse: “Não, na verdade não.” Ele disse através de seu tradutor que as reclamações de racismo “não tiveram qualquer efeito no design do game”.

Quanto à nova aliada de Chris Redfield, que parece ter direções étnicas ambíguas, Takeuchi disse: “Queríamos ver Chris com uma parceira que fosse familiar com o ambiente. Ela estava lá praticamente desde o início”.

“Em termos de reação, estamos no ramo do entretenimento,” disse Takeuchi. “Não decidimos por fazer um game racista ou uma afirmação política. Sentimos que houve um desentendimento quanto ao trailer inicial”.

O produtor de Resident Evil 5 disse que eles enviaram uma equipe da Capcom para a África para fazer pesquisa na área, enfatizando que eles haviam decidido incluir árabes e caucasianos no que viam quanto à localização. Achamos bem estranho que não houvesse virtualmente uma representação não-negra no trailer de estreia de RE5, mas Takeuchi insiste que o produto atual está de acordo com as experiências deles.

Se a inclusão de uma coadjuvante que não está sob a persuasão do homem branco, e um elenco mais etnicamente diversificado de vítimas assassinadas, irá de alguma forma levar a preocupações com racismo ou insensibilidade, fica a dúvida. O que esperamos é que, deixando de lado as mudanças para esse grande título, a discussão continua sobre o assunto que intencionalmente persiste.

Fonte: Kotaku

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