Livro Traduzido | Resident Evil Archives

Resident Evil Archives

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COLUNA: UM PERIGO BIOLÓGICO REAL
Por: Hideo Arai

O que é um Perigo Biológico?

De acordo com o Dicionário Merriam-Webster, um perigo biológico é: “um agente biológico ou condição que constitui um perigo aos humanos ou ao ambiente; ou também: um perigo criado por um agente ou condição”. A maioria destes agentes são micróbios, invisíveis a olho nu. Eles são até menores do que um vírus, e podem ser observados somente com um microscópio de alta potência.

Perigos biológicos contêm diversas doenças perigosas a todas as criaturas vivas. Coisas como tuberculose, antraz, peste negra, encefalite japonesa e raiva são todos exemplos de doenças virais que infligem perigos biológicos em nós. E malária, elefantíase e outras são exemplos de doenças baseadas em parasitas. Toxinas lançadas por bactérias causam envenenamento alimentar, e fungos e toxinas de plantas são outros tipos.


Germes e Vírus:

Há tamanhos diferentes de germes dependendo do tipo, mas o menor tem aproximadamente 1/1000 de um milímetro. O maior objeto que o olho nu pode distinguir tem 1/10 de um milímetro, então você teria que ampliar um germe 100 vezes antes de conseguir observá-lo. Era um universo invisível até a invenção do microscópio ótico. A descoberta da maioria das doenças bacterianas que conhecemos – tuberculose, cólera, peste negra, febre tifóide, disenteria, sífilis, gonorréia etc.; – todas vieram da descoberta de germes, que ocorreram na virada do último século.

Os vírus superam até o menor dos germes, e só podem ser estudados com um microscópio eletrônico extremamente potente. A existência de vírus não pode ser confirmada com microscópios óticos, mas há muito se sabia que havia outro tipo de organismo causador de doenças. A introdução dos microscópios eletrônicos permitiu o estudo e entendimento apropriado dos vírus. Muito se descobriu desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

Príons, as partículas que causam a Doença da Vaca Louca, são proteínas ainda menores do que os vírus, e ainda não podem ser inteiramente estudas ou dissecadas mesmo com os microscópios eletrônicos tops de linha. Contrair uma doença causada por príons tem uma probabilidade de 100% de morte. A pessoa que descobriu os príons, Stanley B. Prusiner, os descreveu como “novos, estranhos e assustadores”.


O Hospedeiro, O Agente patológico e o Caminho da Infecção

Aqueles que se infectam com uma destas doenças são chamados de hospedeiros. Dependendo do agente infeccioso, há muitos canais que a doença pode pegar para infectar seu hospedeiro. Ela pode entrar pela pele, pela conjuntiva (olhos) ou pela membrana mucosa (ouvidos). Pode estar na comida que se come, ou pode ser pega através dos órgãos respiratórios. Estes são os métodos primários de infecção conhecidos hoje. Há também exemplos destes tipos de doenças escondidas no sangue e sendo transmitidas por doadores de sangue. Os exemplos mais conhecidos são transmissões dos tipos B e C de pneumonia e HIV. Atualmente, eles usam agulhas descartáveis e vacinas criadas para cada tipo de doença, mas não faz muito tempo que se usava uma mesma agulha para vacinar muitas pessoas.

Se uma pessoa foi infectada com a Doença da Vaca Loura, a doença pode se espalhar se a pessoa doar sangue. Ocorreram muitos casos assim descobertos na Inglaterra, e agora eles têm sido relatados por todo o mundo. No momento em que escrevo (Fevereiro de 2005), 148 pessoas já morreram disto, e 6 pacientes estão atualmente infectados. Por causa disto, os regulamentos domésticos para doadores de sangue mudaram em Abril de 2001 para: “Como em 1980, será recusado o sangue de pessoas que viveram ou vivem nos seguintes países: Inglaterra, França, Irlanda, Portugal, Suíça, Alemanha e Espanha”. E com relatos da descoberta da doença na América, é provável que se espalhe mais adiante. Na verdade, já foram descobertos casos destes no Japão, e há agora uma corrida para desenvolver processos para detectar rapidamente príons em sangue doado. Isto pode ser redundante, mas o atual procedimento para detectá-los na carne que comemos é examinando o cérebro da vaca, onde os príons residem mais dominantemente. No entanto, há um limite quanto à quantidade de príons que podem ser detectados com a tecnologia moderna, então mesmo que não encontrem sinais deles em uma vaca, não é 100% garantido que eles não estejam lá. Esperemos que esta situação melhore com o desenvolvimento de métodos mais precisos e detecção. Mas por enquanto, a maior necessidade é determinar o risco de se infectar com eles. Até isto ser resolvido, todos aqueles que comem bife estarão correndo o risco de infecção.


Os Sistemas de Defesa Naturais do Corpo

De qualquer forma, há vários canais e métodos pelos quais alguém pode ser infectado. Entretanto, graças aos miraculosos sistemas de defesa naturais, não é sempre que a doença se manifesta. Primeiramente, ela tem que passar pelas defesas consideráveis do corpo. Temos nomes diferentes para ela, como força e resistência, mas todos vêm de imunidade. Tanto humanos quanto animais têm sistemas avançados que destroem objetos estranhos no corpo. Eles são tão avançados, na verdade, que até rejeitam objetos de outro corpo humano.

O tempo entre infecção e manifestação é conhecido como período de incubação. A doença se manifestar ou simplesmente incubar por um longo período depende da força da doença e da força do sistema imunológico de seu hospedeiro. Por exemplo, a mesma quantidade de E. Coli afetará uma criança, um idoso e um jovem saudável muito diferentemente. Contudo, mesmo uma pequena quantidade de uma agente patológico extremamente potente é suficiente para matar um homem saudável. O melhor modo de prevenir isto é viver uma vida saudável. Dormir bem, exercitar-se suficientemente, e uma dieta saudável farão todas as maravilhas para fortalecer e manter o sistema imunológico de alguém. Depois disto, se garantirmos tomar todas as vacinas que precisamos, e tomarmos cuidados ao lidar com insetos, ratos e outras criaturas que espalham doenças, podemos evitar que elas se espalhem adiante.


O Momento da Técnica de Assepsia

Doenças biológicas geralmente resultando de acidentes em complexos biológicos durante o processo de remoção de agente patológicos de materiais perigosos, um processo conhecido como técnica de assepsia. Este processo geralmente envolve lacrar todas as portas e janelas, vestir os trajes de proteção e controlar o fluxo de ar. O próximo passo é usar um incinerador a gás para esterilizar a substância com fogo.

Quando isto é feito, uma janela se abre e ar fresco entra na sala. Os agentes patológicos são então criadas e mantidas em uma grande quantidade de contêineres diferentes, e isto sempre é feito sem falhas. Mesmo assim, um número praticamente invisível de agentes patológicos às vezes chega pelo ar. No mundo dos perigos biológicos, eles são conhecidos como aerossóis, e aqueles conduzindo os experimentos correm um risco maior. Além destas situações, há também enganos, como picar o dedo de alguém com uma seringa contendo uma mistura de agentes patológicos, ou acidentalmente aspirar o ar de uma garrafa que as contêm. Alguém também pode ser mordido por um animal que foi infectado. Nestes casos, o hospedeiro pode espalhar inocentemente o vírus de forma secundária para aqueles em seu cotidiano. Naturalmente, hoje em dia, é raro uma epidemia ocorrer assim, mas estes ainda são os métodos essenciais pelos quais ocorrem.


Ao Momento dos Complexos Selados

Desde a década de 1970, a biotecnologia, que foca em reorganizar material genético, tem feito grandes avanços. Técnicas como reorganizar o DNA de micróbios e privá-los do mundo exterior foram trazidos de instituições que foram formadas para trabalhar em delicadas operações no espaço. O ar produzido pelas Bases de Experimentos, que inclui aerossol, foi o incentivo para se desenvolver sistemas a vácuo dentro destes complexos que regulam o fluxo de ar e previnem sua fuça para o mundo exterior. Desta maneira, pesquisadores e cientistas podiam agora fazer experiências sem medo de ficarem infectados pelos agentes patológicos na descarga aerossol. Este tipo de dispositivo é conhecido como cabine de segurança. Os pesquisadores colocam suas mãos por dentro de uma abertura construída em um grande aparelho de aço inoxidável que abriga a base de experimentos, e manipulam os agentes patológicos. Dentro do complexo, um ventilador movido a motor manda substâncias perigosas em direção ao fundo do complexo e para longe do pesquisador. Usado apropriadamente, este aparelho corta drasticamente o risco de se infectar com substâncias aerossóis. O aerossol contendo agentes patológicos é bombeado para fora do complexo por um filtro HEPA, um filtro de ar extremamente potente, e é eliminado com segurança. Uma sala de experimentos estilo P3 também é usada para controlar o fluxo de ar dentro dela, o que ajuda a preservar a atmosfera segura e estéril ainda mais. O P de P3 significa contenção física. Estas salas vão do P1 ao P4, e a de maior qualidade atualmente sendo usada no Japão hoje é uma P3. Estas salas evitam que agentes patológicos perigosos escapem dos complexos, enquanto simultaneamente permitem que o ar fresco venha de fora.


Cabines de Segurança só Protegem o Pesquisador

Antigamente, pesquisadores e cientistas não tinham recursos além de sorte ao conduzir estes tipos de experimentos. Agora, graças às cabines de segurança, eles estão garantidos de quase não correr risco de serem infectados diretamente com substâncias aerossóis. O fluxo de ar nestas salas está sendo constantemente regulado para garantir que estas substâncias sejam sempre sugadas para longe dos pesquisadores humanos na sala e mandados para as áreas apropriadas de contenção/eliminação do complexo.

Porém, o importantíssimo filtro HEPA neste complexo ainda não é 100% efetivo. Este é o problema. O tamanho do patógeno afeta a habilidade do filtro, mas por enquanto, estima-se que 0.03% de todos os agentes patológicos passem pelo filtro e cheguem ao mundo externo. A segurança nas cabines de segurança se refere somente à segurança dos pesquisadores usando o complexo. Na verdade, é uma situação perigosa para quaisquer humanos vivendo perto do complexo.

Atualmente, ocorrências de materiais perigosos circulando pela sociedade moderna são muito raras. A maioria está concentrada em complexos experimentais como estes mencionados acima. Os procedimentos conduzidos por estes complexos são consistentemente supervisionados. Em outras palavras, se uma epidemia ameaçar nosso país, é extremamente provável que a fonte seja um destes complexos de biotecnologia. Nós hoje saímos de uma era de usinas equipadas com técnicas de assepsia, para os hoje chamados complexos selados. Mas enquanto estes complexos selados não conseguirem e não operarem com seus filtros HEPA em capacidade 100%, sempre haverá um risco. Qualquer um destes produtos perigosos criados por estes complexos tem o potencial de se espalhar e infectar um grande número de pessoas. Mesmo se os condutores destes complexos puderem proteger as pessoas que trabalham lá, a partir de então, eles não podem proteger o resto de nós.


O Maior Complexo de Biotecnologia do Japão

Em 1947, de acordo com instruções do exército americano, o Instituto Nacional de Ciências de Saúde (NIHS) foi fundado. É um complexo que tem cerca de 400 trabalhadores durante o horário de trabalho, e é o maior deste tipo no país. Ele conduz pesquisa não somente de doenças pré-existentes como cólera, disenteria, tifo, peste, elefantíase japonesa, raiva e gripe, mas também de doenças descobertas em outros países. O NIHS conduz pesquisa na natureza básica dos agentes patológicos, pesquisa e refina diferentes exames de vacinas e de sangue, e examina a situação no Japão para evitar epidemias.

Na década de 70, os condutores do NIHS disseram, “Não podemos passar todo o nosso tempo trabalhando em sintomas e infecção recorrentes. Precisamos mudar nossa pesquisa para doenças atualmente incuráveis e câncer se quisermos sobreviver como um instituto”. Desde então, o NIHS adentrou tranquilamente em uma nova era de ciência vital, concentrando-se em áreas de pesquisa como manipulação genética, técnicas de reprodução e outras, a ponto de dizerem que infecções simplesmente não serão mais um problema. E, portanto, é verdade que a pessoa que ocasionalmente se infecte com tifo ou disenteria não será uma ameaça de infecção para o resto do país. Para preservar a nova missão do NIHS, houve muita colaboração e associações com outros sistemas e organizações médicas. Mas o aparecimento da AIDS na década de 1980, precedido por surtos de Hepatite B e C, quebraram qualquer força que o instituto ganhara. Os problemas contínuos do instituto foram colocados na espera, e foram feitos planos para que mudassem para um novo complexo e se modernizassem para melhor conduzir novas pesquisas essenciais para o futuro. Este novo complexo continua produzindo agentes patológicos para sua pesquisa e é o maior complexo deste tipo no Japão.


Características de Epidemias e Maneiras de Lidar com Elas

Diferente de produtos químicos, não se pode esperar que agentes patológicos soltos no mundo exterior se dispersem. Esta é a principal característica de uma epidemia biológica. Não importa o quanto elas sejam dispersas pelo ar ou pela água, enquanto existir uma única agente patológico, há a possibilidade de uma epidemia.

A quantidade de agente patológico necessária para manifestar uma doença depende da condição de seu hospedeiro. Por exemplo, é preciso menos do que 10 unidades de E. coli para causar infecção em uma cobaia, e menos do que uma para causar em outra cobaia. Após ser infectado, o tempo anterior à manifestação de uma doença difere de hospedeiro para hospedeiro. A doença Kuru, uma doença causada por príons semelhante à Doença da Vaca Louca, foi conhecida por incubar em um hospedeiro humano por cerca de 50 anos. Muitas destas infecções só são detectáveis com exames específicos de sangue com alvo nos agentes patológicos em particular. O outro modo de diagnosticar infecção é, obviamente, contrair a doença em si, mas apesar disto, muitas pessoas não têm como saber. Outra característica das epidemias é que muitas pessoas que não sabem que têm a doença podem está-la espalhando a muitas outras antes da doença mostrar sinais de manifestação. Infelizmente, muitos sintomas precoces destas doenças são fáceis de confundir com um resfriado comum. Além disto, leva tempo para determinar com sucesso se o que está causando os sintomas é realmente um agente patológico ou outra coisa. Como micróbios também são organismos vivos, qualquer verificação de sintomas deve determinar se há ou não matéria viva estranha presente. Normalmente, isto é determinado se a matéria se reproduz ou não, ou entrando em contato com uma cobaia e vendo se eles contraem a doença ou não. Há muitas maneiras diferentes de um agente patológico se reproduzir (germes precisam de nutrição, vírus precisam de reprodução celular), então apenas escolher por qual método procurar é um processo em si, e pode levar um tempo até que resultados concretos apareçam. Tudo isto significa que quaisquer patógenos que escaparem de complexos de biotecnologia podem ainda não ser diagnosticados e rastreados em tempo real.

Equipamento de observação que possa monitorar a possibilidade de vazamento de radiação existe, e é freqüentemente usado em usinas nucleares modernas, mas não há nada igual a elas no mundo para ser usado em complexos modernos de biotecnologia.

E é ainda pior no caso de agentes patológicos novos e ainda desconhecidos. Desde a década de 1980, doenças nunca vistas antes têm sido descobertas uma atrás da outra. Já são 30 tipos até agora, e elas são chamadas de “nova raça de doenças infecciosas”. AIDS e SARS estão entre elas. Assim como o surto da peste na Europa durante a Idade Média, estas doenças têm o potencial de se espalharem com resultados desastrosos. Felizmente, certo grau de imunidade está presente na população para evitar que isto aconteça. Sejam toxinas, pestes ou AIDS e SARS, nunca haverá uma doença que acabe completamente com a humanidade.

Nos dias de hoje, os tipos mais temidos de doenças são aqueles criados por engenharia genética e que fazem as pessoas serem infectadas por agentes patológicos nunca antes vistos. Dentre estes, um dos maiores problemas é a existência de doenças que destroem os sistemas imunológicos de seus hospedeiros. Especula-se que novas doenças como AIDS e SARS possam ter sido vírus criados por humanos, como resultado de adulteração genética. Na realidade, cortando os canais de infecção, não é nada difícil de prevenir a disseminação da AIDS. Apesar de casos anteriores de infecções por transfusões de sangue serem realmente uma lembrança dolorosa, atualmente, não há oportunidade praticamente oportunidade de AIDS se espalhar na sociedade moderna. Mas, se um vírus como a AIDS que destrói o sistema imunológico humano for combinado com um vírus que viaja pelo ar, há a possibilidade. Com as técnicas disponíveis hoje, tal invento não seria impossível.


Exemplos Reais de Epidemias Atuais

Um exemplo de uma epidemia nos dias modernos é o trágico evento envolvendo antraz em Sverdlovsk, na União Soviética. Apesar do incidente der ocorrido em 1979, ele não veio à tona até a edição de Novembro de 1994 da revista Science. Sverdlovsk, uma cidade a 1.400 quilômetros a leste de Moscou com uma população de 1.200.000 pessoas, teve 77 pessoas infectadas com antraz durante Abril e Maio de 1979, das quais 67 morreram. Vacas e ovelhas também se infectaram e morreram. Em 1994, foi revelado que a fonte do antraz havia sido um vazamento de aerossol em um complexo de biotecnologia nos arredores que vinha conduzindo pesquisa no antraz como arma biológica em potencial. Acredita-se que a causa tenhas sido um filtro de ar mal colocado. Ainda é incerto se aqueles que se infectaram trabalhavam no complexo, mas aceitamos que o problema foi com o filtro de ar, o aerossol que escapou não teria infectado as pessoas lá dentro. É uma característica de epidemias modernas elas afetarem pessoas de fora do complexo em vez dos que estão lá dentro.

Houve três momentos de SARS sendo relatado dentro de complexos de biotecnologia nos três maiores locais onde apareceram: Cingapura, Taipei e Pequim. Estes relatos foram estudados intensivamente enquanto o SARS era considerado um problema potencialmente disseminador, mas felizmente ele foi contido antes de se espalhar mais adiante. No entanto, também ocorreu um incidente em uma sala de experimentos nível P-4 em um complexo na Sibéria Ocidental, em uma cidade chamada Novosibirsk. Só há duas salas de experimentos nível P-4 no mundo todo. O outro fica no CDC, um complexo americano que estuda como prevenir a disseminação de uma doença. Durante um experimento com o Ebola, uma das pesquisadoras se picou com uma agulha, contraiu a doença e morreu duas semanas depois. E por falar em incidentes envolvendo picadas, houve um envolvendo peste em um complexo no bairro Toyama de Shinjuku. Só podemos ser gratos por não ter ocorrido casualidades neste. Mas o problema é a falta de velocidade em relatar este incidente. Se tivesse sido outro desastre, poderia ter sido tarde demais para evitar que se espalhasse.


O Local mais Apropriado para um Complexo

Tecnologia para manipular e combinar genes em complexos modernos está sendo fortemente recomendado. Em um esforço para unir seus colegas em diferentes países e mostrar resultados, pesquisadores andam ansiosos por atingir seus objetivos nesta área. E inutilmente, algumas vezes subprodutos perigosos serão criados como resultado desta pesquisa, onde nada pode ser feito. Mas não há provas de que pesquisar a natureza destes subprodutos, e medidas tomadas para conter os efeitos, teria qualquer resultado nos objetivos principais. Não se pode culpá-los por dizer que coisas assim não estão relacionadas com seus objetivos, e, portanto eles simplesmente não conseguem sair desta. Mesmo se acontecer o infortúnio de algum material perigoso ser lançado no mundo exterior, não é como se eles os responsáveis tivessem tido a intenção. Há muitos canais diferentes para estes materiais escaparem do complexo: exaustor de ar, drenagem, até grudando no corpo de um dos pesquisadores. E enquanto isto não é algo com o que se preocupar, contanto que estes agentes patogênicos percam sua atividade e potencial de infectar, se houver uma chance de um ativo chegar a um hospedeiro em potencial, teremos um problema.

Agentes patogênicos que vazam pela corrente de ar podem perder sua potência ao serem bombardeado com raios ultravioletas do sol. Por esta razão, em complexos de biotecnologia, deveria haver um espaço onde os funcionários pudessem ser expostos aos raios UV e, portanto, isto evitaria qualquer agente no lugar errado de encontrar um hospedeiro. É por isto que a Organização Mundial de Saúde aconselha que toda comunidade deva ser construída a uma distância considerável de um complexo destes. Até que algum método de monitorar a ameaça de uma epidemia biológica em tempo real seja inventado, construir o complexo longe de uma comunidade de hospedeiros em potencial é a única opção que resta.

Esta é a mesma razão pela qual as usinas nucleares de força são localizadas longe das comunidades que alimentam. Se uma fosse colocada nas redondezas e o pior acontecesse, seria um desastre monumental. O nível de morte e destruição seria o mesmo de um grupo de terroristas atacarem a área com uma arma nuclear. A mesma coisa acontece com complexos de biotecnologia. Se um terrorista fosse atacar este complexo, seria o mesmo de ser atacado com uma arma biológica.


O Problema Estrutural

Ao considerar o potencial de uma epidemia biológica ocorrer em um complexo de biotecnologia, o problema mais sério é o caso de uma catástrofe. No grande Incêndio de Kobe, em 17 de Janeiro de 1995, cinco complexos biotecnológicos de saúde ambiental nível P3 foram destruídos, e as funções de eliminação pararam de funcionar. As paredes e portas P3 quebraram e deformaram, os dutos de ar das cabines de segurança e canos de esgoto foram destruídos, as prateleiras de remédios caíram, e a porta do refrigerador foi quebrada, tudo o que contribuiu para que materiais perigosos lá de dentro se espalhassem. A única coisa a que somos gratos é que isto ocorreu bem cedo, quando nenhum agente patológico estava sendo pesquisado.

Apesar de ter havido um relatório detalhado, ele só dizia o óbvio: que estes complexos deveriam ser construídos para serem indestrutíveis. No entanto, naquele momento, não havia complexos genuinamente indestrutíveis no Japão. Havia relatórios arquiteturais sobre a integridade da estrutura do maior complexo doméstico, localizado em Shinjuku, que abriga o Instituto Nacional de Ciências de Saúde (NIHS). E como resultado de testes de terremoto e outros desastres, recomendou-se que precisavam trabalhar para tornar os complexos menos vulneráveis. Porém, os resultados foram ignorados. Este complexo não apenas está lidando com doenças nacionais, mas também de outros países, e vem conduzindo experimentos de manipulação genética. Nesta cidade extremamente povoada, um grande terremoto liberando agentes patogênicos nunca ocorridos na população do Japão cria uma visão assustadora. Além do mais, há experimentos com animais sendo conduzidos o tempo todo, o que significa que o complexo está ativo 24 horas por dia. Isto tem o potencial de se tornar um grande desastre se for deixado abandonado.


Conclusão

Atualmente, crescemos acostumados a ouvir termos como “bioterrorismo” e “armas biológicas”, assim como a frase bem conhecida “armas de destruição em massa”. Elas são usadas com a intenção de causar danos. No entanto, as epidemias discutidas aqui foram todas de desastres não intencionados. O termo perigo biológico em si já demonstra que o incidente inteiro foi acidental. No entanto, há também circunstância onde é difícil determinar se uma epidemia foi intencional ou acidental. Você não acha que negligenciar complexos existentes com o potencial de criar perigos constitui uma forma de culpar aqueles que preferem não melhorar as condições de segurança? Deveria haver exigências nestes complexos para nos proteger do acaso de uma epidemia de todas as formas que pudessem, inclusive em sua localização.

O maior medo é de que os humanos sofram com novas formas de vírus poderosos que foram criados, intencionalmente ou casualmente, em laboratórios que trabalham com manipulação genética. Várias salas de laboratório para trabalhos com germes e vírus foram encontradas infectadas no passado. É claro, a pesquisa conduzida nestas salas também contribuiu para descobrir curas para estas doenças também. E agora eles estão conduzindo pesquisa semelhante em novos tipos de doenças virais, com a maior parte da atenção sendo dada aos vírus em si. É claro, isto também faz com que novas salas de laboratório fiquem infectadas. A possibilidade é a de que um novo tipo de epidemia causada por engenharia genética liberado inocentemente se espalhe na sociedade. Eu mencionei anteriormente que se suspeita que doenças como AIDS e SARS tenham sido na verdade criações humanas. Com o Projeto Genoma Humano, nós agora estamos a um passo de usar vírus para se ligar artificialmente ao DNA. Já criamos vírus que não têm vacina, e não é preciso dizer que seria um grande problema se eles fossem liberados.

Quando a pesquisa no DNA humano progride ainda mais, não é impensável que possamos criar vírus que só afetem certos tipos de humanos. Se eles fossem criar um vírus assim e dessem a ele um período longo de incubação, ele poderia inocentemente se espalhar por todas as gerações destas pessoas, e o resultado seria um genocídio viral. Se um vírus como este escapasse do complexo de biotecnologia onde estivesse sendo pesquisado, a humanidade teria uma grande crise em suas mãos.

Finalmente, eu recomendo dois livros para mais informações sobre epidemias:

“Ensine-Me Sobre Perigo Biológico”, pelo Centro Civil de Prevenção de Epidemias; Editoras Ryofoku, 2003.

“Princípios do Perigo Biológico”, por Kasao Motoatsu; Editora Ryofoku, 2004.


Sobre o Autor

Nascido em 1942, em Hamamatsu, Shikuoza, Japão. Após se formar na Universidade de Hokkaido com bacharelado em medicina veterinária, ele foi trabalhar no Instituto Nacional de Ciências de Saúde (NIHS). Trabalhando no Grupo Um de Pesquisa Viral, Sala 3, ele estudou vírus de cem anos e estreptococos hemolíticos por muitos anos. Ele deixou seu cargo em Março de 2003, e atualmente trabalha como diretor administrativo no Centro de Prevenção de Epidemias. Ele assina a maioria de seus trabalhos como “Um Cientista”.